Theatro Municipal João Caetano

O Theatro João Caetano, ou Teatro Municipal de Niterói, tem em sua história muitas mãos que o construíram, cheias de amor à arte. Palco de notáveis episódios do cenário artístico brasileiro, surge em 1827, onde funcionava uma pequena casa de espetáculos. Em 1833, o casarão do século XIX recebe a estreia da Companhia Nacional Dramática, da qual fazia parte João Caetano dos Santos. Para diversos historiadores, esse momento marca o nascimento do teatro brasileiro, por sua composição e produção teatral genuinamente nacionais. Um marco simbólico e relevante para a cultura do Brasil. 

Em 1842, o ator, diretor e empresário João Caetano  adquire o teatro, a título de concessão, e o rebatiza como Teatro Santa Tereza, em homenagem à futura imperatriz brasileira Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias. João ficou à frente do teatro, restaurou a casa e desenvolveu diversas atividades culturais, até seu falecimento, em 1863. 

Em 1900, a Câmara Municipal de Niterói deu ao espaço o nome de Theatro Municipal João Caetano, em homenagem ao vanguardista da arte na cidade. O prédio foi tombado como patrimônio histórico pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) em 1990. Durante décadas, desde que João Caetano assumiu a concessão, foram inúmeros restauros e melhorias, mas nenhuma tão profunda e necessária - diante do valor histórico do local - como a reforma realizada a partir de 1991. 

Em 1991 a Prefeitura de Niterói iniciou uma completa obra de restauração para a recuperação da riqueza arquitetônica e patrimonial do teatro. A tarefa ficou a cargo do pintor e restaurador Cláudio Valério Teixeira. Foi um dos trabalhos mais completos de restauração na história do patrimônio cultural brasileiro. O minucioso projeto de recuperação teve como desafio o respeito aos aspectos históricos - que remetem ao final do século passado -, conservando a originalidade da época, e,  ao mesmo tempo, a  modernização da estrutura, sem interferir na arquitetura original, no seu conceito e estilo. O restauro terminou somente em 1995, tamanha a complexidade e atenção com o empreendimento. 

No dia 19 de dezembro de 1995, as cortinas do palco foram reabertas em uma solenidade de inauguração, que contou com a apresentação da Companhia de Ballet da Cidade de Niterói, com figurinos da premiada carnavalesca Rosa Magalhães. O teatro foi devolvido à população com uma infraestrutura acústica de alta qualidade, ar-condicionado central, porta corta-fogo, equipamentos de som, coxia e camarins reformados, além de um projeto assinado pelo designer de iluminação Peter Gasper — o mesmo que concebeu o projeto para as luzes comemorativas dos 80 anos do Cristo Redentor. A pedido de Valério, o conceituado paisagista Roberto Burle Marx assumiu a missão de pintar o pano de boca do teatro. Com a maestria de sempre, Burle Marx deixou sua marca especial na revitalização do teatro. 

Salão Nobre 

Durante a restauração, o salão foi um dos pontos-chave para os profissionais. A pintura original estava coberta por sete camadas de tinta. Para o resgate das suas imagens, os restauradores usaram métodos químicos e mecânicos que permitiram chegar até a segunda camada de tinta, que revelou  nas paredes  os traços feitos pelo pintor, decorador, restaurador e arquiteto Thomas Driendl (1849-1916), integrante do chamado Grupo Grimm.  A beleza singular do salão chama a atenção de todos os visitantes. 

O teatro hoje

Além da beleza encantadora, que o torna uma potência turística de Niterói, o Theatro Municipal João Caetano conta com diversas atividades para a população. Peças, recitais, festivais, visita guiada, atividades para o público infantil, visita educativa, espetáculos musicais e performances ocupam o palco e enchem de brilho o casarão histórico. As manifestações artísticas percorrem do clássico ao contemporâneo. Um espaço aberto e livre para a criação  cultural. Desde o início da pandemia, as atrações do TMJC estão sendo realizadas de forma virtual. 

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