Igreja de São Lourenço dos Índios
A Igreja de São Lourenço dos Índios é considerada o principal marco da fundação da aldeia de São Lourenço, que se tornaria a cidade de Niterói. Segundo dados históricos, a aldeia teve origem na sesmaria - lote de terras distribuído a um beneficiário, em nome do rei de Portugal - doada a Martim Afonso de Souza, o Araribóia, chefe dos índios Temiminós e aliado dos portugueses no século XVI. O bairro, que carrega não somente o nome da aldeia mas toda sua ancestralidade indígena, abriga a Igreja de São Lourenço dos Índios, fundada em 1627. A primeira estátua em homenagem a Araribóia, erguida em 1912, fica na praça em frente à Igreja.
Em 1934, a igreja foi cedida pelo Bispado à Prefeitura de Niterói, que iniciou a restauração da edificação e a incorporação de terrenos adjacentes para incorporá-los ao seu território. Em 1992, a Prefeitura determinou seu tombamento por meio da Lei nº 1.038/92. A partir desse momento, um grande projeto de restauro foi executado, e a igreja, totalmente revitalizada e reaberta para a população.
Entender a igreja como um espaço de reconhecimento e formação da identidade da cidade é compreender a importância e amplitude cultural da tradição, da memória e da história narrada pela antiga aldeia. Além do processo histórico, há a necessidade de proteger, preservar e disseminar o conhecimento acerca desses patrimônios materiais e imateriais que constituem a igreja e o território, bem como da sua relevância comolocal de nascimento da cidade.
Nesse sentido, a Secretaria Municipal das Culturas (SMC) assumiu em 2020 a gestão cultural da Igreja de São Lourenço dos Índios. Atualmente, em parceria com a Fundação Euclides da Cunha (FEC), a SMC desenvolve um projeto que engloba educação, ações culturais e museologia, com o objetivo de multiplicar as potencialidades do espaço, criando pertencimento do território com a história e a cultura locais, por meio de um processo de resgate da memória sensível.